COMO AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DE SUA EQUIPE COM A NEUROARQUITETURA
- criacao0750
- 12 de dez. de 2022
- 9 min de leitura

Você já ouviu falar em neuroarquitetura? Ela é uma área da ciência responsável por entender como os ambientes podem influenciar no comportamento humano. Por isso, a metodologia vem sendo aplicada em hospitais, escolas e, principalmente, empresas.
Aprenda a utilizar a neuroarquitetura corporativa no seu escritório para colher bons frutos.
Com um nome tão “pomposo” como este, é possível que, inicialmente, você venha a se assustar sobre essa metodologia. Mas calma, pois ela é bastante simples! Tão simples que vem sendo utilizada por diversos ambientes há mais de 60 anos, e a sua aplicação cada vez mais vem ganhando novos adeptos.
Basicamente, a neuroarquitetura implica na construção de ambientes que proporcionem o bem-estar daqueles que ocuparão determinado espaço. Podemos mencionar prédios que ajudam a reduzir a ansiedade, salas de aula que incentivam o interesse dos alunos e até mesmo clínicas ou hospitais que reduzem dores de seus pacientes e estimulam a sua recuperação.
E sim, estamos falando de estudos, testes, análises e discussões que foram realizados comprovando as razões da existência da área. No seu segmento, temos neurocientistas, arquitetos e outros especialistas trabalhando lado a lado para cumprir essa tarefa.
Por isso que, ao projetar qualquer ambiente, não subestime as escolhas dos profissionais sobre as texturas que serão utilizadas, os ângulos das janelas e outros componentes voltados ao projeto arquitetônico, por exemplo. Pois, tudo ali será milimetricamente pensado na qualidade de vida e produtividade que serão proporcionados.
Neste artigo, vamos te explicar como a ciência é capaz de influenciar o comportamento humano, quais práticas podem ser aplicadas e, principalmente, como aumentar a produtividade na sua empresa com as regras e conceitos científicos da neuroarquitetura corporativa que serão apresentados aqui.
Neuroarquitetura corporativa: Entenda mais sobre o seu conceito
A neuroarquitetura é um método interdisciplinar que tem como principal objetivo entender a forma como o meio pode transformar a química cerebral das pessoas e, dessa forma, conseguir modificar as suas emoções, comportamentos e/ou pensamentos.
Alguns dos fatores que influenciam diretamente em projetos de neuroarquitetura corporativa são: a temperatura, ventilação, cores utilizadas no ambiente, entre outros.
Entenda que a neuroarquitetura pode ter funções muito além daquelas que você pode imaginar. Da mesma forma que traçamos a sua aplicação nos exemplos supracitados, também podemos aplicá-la a um ambiente de trabalho: um escritório ou espaço de trabalho capaz de estimular a produtividade de seus colaboradores.
A origem da Neuroarquitetura
A neuroarquitetura é diretamente ligada ao estudo da neurociência, por isso recebe esse nome.
Entretanto, a sua aplicação é exclusivamente voltada ao segmento arquitetônico, demonstrando a forma como ambientes físicos podem afetar o nosso cérebro. Assim, oferecendo soluções resolutivas na qualidade de vida dos envolvidos que circularão naquele ambiente, como escritórios, hospitais, escolas e até mesmo, a sua própria casa.

Fred Gage (foto) é o neurocientista responsável pela criação do termo e dos principais estudos realizados sobre a neuroarquitetura. Atualmente, Fred exerce a posição de presidente do Instituto Salk, a principal entidade americana voltada a estudos biológicos.
O termo surgiu a partir de pesquisas e descobertas de dois grandes profissionais, o neurocientista Fred Gage e o arquiteto John Paul Eberhard. Gage, neurocientista do Salk Institute for Biological Studies, foi capaz de atestar que os ambientes possuem poder de transformar certas capacidades e sensações cognitivas do cérebro humano.
Ele inicialmente foi atraído à temática pelo seu interesse nos estudos do ambiente. A partir de observações, Gage conseguiu comprovar os efeitos no cérebro causados por mudanças nos cenários. O seu principal estudo foi centrado em entender como cérebro absorve, interpreta e consegue reconstruir os espaços que observa.
Segundo o neurocientista:
“As mudanças no entorno mudam o cérebro e, portanto, modificam o nosso comportamento”.
O desenvolvimento de ambientes pensados na metodologia do estudo de Gage faz com que o nosso cérebro consiga colocar em prática todos os elementos capazes de produzir hormônios que desenvolvem sensações e emoções.
Arquitetura como influenciadora de aspectos psicológicos e sociais nos ambientes profissionais
Segundo estimativas, é possível afirmar que a maior parte dos seres humanos passam mais de 90% de seu dia a dia dentro de um edifício. Bastante tempo, não concordam? Sabendo somente dessa informação, é inegável o tamanho da importância de ambientes aconchegantes para os trabalhadores. Por isso, é necessário o desenvolvimento de espaços que consigam gerar bem-estar para todos.

O cérebro é dividido em dois lados: a lógica e a criatividade. Podemos afirmar que a neuroarquitetura trabalha ambos os lados no desenvolvimento de sensações.
Esse é um dos motivos pelos quais a neuroarquitetura torna-se tão importante para a sociedade. E o seu trabalho acaba indo além de espaços estéticos, entrando no cerne de detalhes simbólicos. Assim, é possível afirmar que a neurociência trabalha com o mapeamento cerebral dos seres humanos, entendendo quais são os estímulos e ativações que o órgão recebe.
Por exemplo, um prédio cujo projeto arquitetônico consegue estimular a calma não tem nada a ver com um projeto que estimule angústia, não concordam?
A ciência em questão acaba trabalhando com conceitos e encontra os caminhos que afetam diretamente a produtividade, a criatividade ou outras sensações. Assim, ela ajuda a comprovar que os elementos arquitetônicos conseguem ativar efeitos colaborativos no cérebro.
Aplicações da neuroarquitetura em ambientes corporativos
Um dos principais fatores que serviram para comprovar a importância da neuroarquitetura foi a sua testagem em diferentes ambientes. Ao aplicar os conceitos descobertos e estudados, os profissionais da área poderam, de fato, evidenciar os benefícios da metodologia para o comportamento humano.
A neuroarquitetura corporativa torna-se presente em escritórios em todo o mundo para pensar em escritórios mais estimulantes, aumentando a produtividade dos funcionários.

A neuroarquitetura corporativa se faz necessária para se pensar em espaços corporativos mais humanizados e estimulantes.
Visualize os tradicionais cubículos dos escritórios: chatos e sem emoção. Existem também ambientes corporativos com salas brancas enormes, iluminação artificial e poucas janelas. Como se sentir energizado trabalhando em locais como esses?
A metodologia aqui será aplicada para desenvolver escritórios que atendam às necessidades psicológicas e físicas dos funcionários, com produtividade, conforto e acolhimento. Por isso, nesse tipo de ambiente a neuroarquitetura se faz necessária para se pensar em espaços corporativos mais humanizados e estimulantes. Um espaço de trabalho que atenda às necessidades físicas e psicológicas do trabalhador, promovendo, assim, uma maior sensação de conforto e produtividade.
Os pontos fundamentais para a aplicação neuroarquitetura corporativa
A neuroarquitetura ajuda a pontuar alguns elementos que são fundamentais para influenciar o nosso estado mental. Existem alguns pontos importantes que um escritório baseado em neuroarquitetura corporativa leva em consideração, como:
Iluminação (natural e artificial);
A acústica do ambiente;
A privacidade necessária dos seus funcionários;
As possibilidades de interação (entre pessoas e entre elementos);
Cores;
Isolamento acústico.
Agora, vamos te apresentar os principais fundamentos da neuroarquitetura corporativa para que você implemente dentro do seu escritório, resultando em mais produtividade para a sua equipe.
1. A escolha de cores
Os efeitos das cores na psicológia são muito conhecidos. Por exemplo, as cores utilizadas na logomarca da rede de fast-food McDonald’s, vermelho e amarelo, remetem à urgência e provocam fome. Tanto é que o seu uso é um dos fatores principais no marketing e na publicidade.
Tons pasteis são preferíveis em salas individuais de escritório, pois causam sensação de calmaria.
É possível notar que grande parte dos escritórios atuais utilizam uma paleta de cores neutras, trazendo bastante elegância, ao mesmo tempo que também aplicam cores fortes, para imprimir mais “calor”.

Geralmente, empresas que trabalham com a indústria criativa, como agências de publicidade ou startups, optam pela cor amarela em seus ambientes pela sensação de juventude.
Seguem algumas boas orientações de como seguir com a escolha de cores para o seu escritório:
Tons pasteis ou claros: ajudam a transmitir tranquilidade e calma, e aumentam a sensação de ampliar os ambientes. Porém, se usadas em exagero, podem causar a sensação de monotonia e de frieza.
Tons vibrantes: cores como rosa choque, amarelo cintilante e verde forte são geralmente relacionados à criatividade, dinamismo, aventura e juventude. Entretanto, evite abusar das cores para transformar no seu escritório em um ambiente pesado e cansativo.
Tons escuros: cores clássicas que expressam seriedade são boas pedidas para ambientes muito grandes. Se o seu escritório for pequeno, use-os com cautela para evitar a sensação de sufocamento.
A principal dica que damos para catapultar a produtividade dos seus funcionários é utilizar tons vibrantes perto das estações de trabalho!
2. Uso de iluminação natural
Outro grande pilar da neuroarquitetura corporativa é a iluminação. Não é nem preciso mencionar quão importante é trabalhar em um ambiente iluminado. Além dos atributos óbvios, como conforto e qualidade de trabalho.

E no que se diz respeito à iluminação, a do tipo natural é a mais importante. Isso porque é um grande fato que nós precisamos de iluminação solar para produção de vitamina D e liberação de melatonina (hormônio responsável por induzir a produção do sono).
A neuroarquitetura corporativa procura valorizar as entradas da luz natural nos escritórios. Sem contar que, o nosso corpo é programado para receber iluminação solar, acelerando as nossas atividades vitais cotidianas e melhorando até mesmo o nosso humor. Em um escritório, isso não seria diferente.
Outro grande benefício da estratégia decorativa será, sem surpresa alguma, a economia de energia.
3. O uso de iluminação artificial
Em contraste com a iluminação natural, a iluminação artificial também se faz, obviamente, necessária a escritórios. Considerando os diferentes tipos que podem ser utilizados e disponíveis no mercado (brancas, amarelas, entre outras), devemos utilizar a sua aplicação levando em conta alguns fatores importantes.
Outro grande ponto na qual a iluminação torna-se tão primordial nos ambientes de trabalho é no conforto dos funcionários: luzes fracas acarretam problemas de visão, atrapalhando a produtividade (e o bem estar da equipe).
Lâmpadas frias: as tradicionais lâmpadas brancas produzem no ser humano um estado de alerta.
Lâmpadas quentes: já as lâmpadas quentes, aquelas com tons amarelados, transmitem para o nosso cérebro sensação de tranquilidade e até mesmo de aconchego.
Crie diferentes atmosferas na sua unidade de trabalho, mesclando luzes diferentes em partes complementares – ou opostas – do escritório. Também é fundamental a concepção de áreas de descompressão com luzes quentes (tons amarelados) para oferecer a possibilidade de redução do estresse, além de catapultar os níveis de produtividade e criatividade dos funcionários. Isso sem contar na concentração que será obtida por eles!
4. O isolamento acústico dos ambientes
O que desperta mais vivacidade no seu humano do que o som? Forte influência no rendimento e bem-estar das pessoas, em geral, o som também é um aliado no dia a dia em um escritório.

Segundo orientações, o nível de decibéis (que correspondem, aqui, aos ruídos e barulhos feitos nas unidades) deverá estar entre 60 e 65 decibéis. Este volume não está só diretamente voltado ao humor dos colaboradores, como também à sua saúde física.
Uma das exigências da neuroarquitetura, especialmente destacando a questão do conforto acústico, é a flexibilidade dos ambientes.
Segundo orientações, o nível de decibéis (que correspondem, aqui, aos ruídos e barulhos feitos nas unidades) deverá estar entre 60 e 65 decibéis. Essa faixa, ao ser ultrapassada, provoca sensações não tão prazerosas aos membros da sua equipe: mudanças súbitas de humor, queda da produtividade e, em algumas situações mais extremas, culminando na execução incorreta das atividades.
5. A interação do dia a dia
Como assim a interação é algo que importa ao montarmos um projeto voltado à neuroarquitetura empresarial? A título de curiosidade, o aspecto é tão importante que é preciso ter, pelo menos, dois tipos de ambientes que são indispensáveis no seu projeto: os ambientes colaborativos e os ambientes de descompressão.

Procure desenvolver ambientes que promovam a interação entre os membros da sua equipe. Dessa forma, você terá um time mais coeso e colaborativo.
Segundo estudos, essas duas áreas tornam-se extremamente fundamentais para os colaboradores, tendo influências diretas na postura individual de cada funcionário. Neles, os membros de sua equipe se sentirão mais descontraídos, obtendo uma nova visão em relação à companhia. Assim, você poderá notar um crescimento nos níveis individuais de criatividade e engajamento.
6. Privacidade
A dimensão do espaço individual de cada funcionário em um escritório também é um dos pontos em que a neuroarquitetura corporativa pensará. De acordo com alguns estudos, foi comprovado que cada funcionário deve ocupar, em sua estação de trabalho, o espaço de 1,20 metro. Assim, mesas ou gabinetes de trabalho que são menores que essa medida preestabelecida podem causar sensação de claustrofobia nos indivíduos, por exemplo.

Alguns escritórios estão promovendo privacidade em seus espaços com a utilização dos Phone Boths ou cabines de vidro, pensando em ergonomia, espaço e neuroarquitetura corporativa.
É importante pensar em espaços individuais delimitados para a realização de reuniões virtuais, calls, conferências, leituras e, principalmente, ligações particulares. Até em ambientes como os open offices, escritórios abertos, devem pensar na privacidade de cada um dos funcionários, levando em consideração que privacidade também é um fator determinante para aumentar a concentração individual.
Ambientes mais humanizados
Outra grande proposta oferecida aos ambientes graças à neuroarquitetura corporativa é a possibilidade da metodologia de proporcionar ambientes mais humanos. Dessa forma, os escritórios, por exemplo, não promoverão somente o bem-estar da equipe, como também serão responsáveis pela socialização do time, sendo este uma das condições mais valorizadas entre os adeptos da metodologia.

Com divisórias transparentes, os funcionários já não se veem mais tão perdidos no ambiente corporativo. A visão também será bastante acolhedora.
Divisórias transparentes ou de vidro entre as unidades de trabalho vão permitir separação dos setores ao mesmo tempo que integrará a comunicação interna da companhia, graças a mistura de separação e visão.
Será possível também observar a movimentação do escritório, evitando que você se veja incomunicável com o restante da equipe.
A neuroarquitetura surgiu para facilitar e tornar o cotidiano menos maçante, especialmente em locais onde exercemos algum tipo de atividade profissional.
Quando estamos localizados em um ambiente que oferece estrutura, bem-estar, conforto, comodidade e segurança, conseguimos produzir melhor, produzir mais e produzir com foco.
Assim, fica fácil dar o melhor de si quando sabemos que estamos em um local que nos acolherá com qualidade. Aliás, sabe outro ponto a favor da neuroarquitetura dentro das empresas? O estresse, o mau-humor e a instabilidade poderão ser combatidos com o conforto desses ambientes.
Conclusão
Os estudos surgiram como uma forma de facilitar e otimizar o cotidiano das pessoas através de reformulações no ambiente. Seja na sua casa, na escola, nos hospitais ou nos escritórios, estar inserido em um ambiente que ofereça conforto e bem-estar irá afetar diretamente o seu cérebro.
Principalmente no que se refere os ambientes de trabalho, a neuroarquitetura corporativa influenciará bastante nas relações pessoais e profissionais no escritório. E saber que são várias as empresas que já estão pondo em prática os seus conceitos, tornam-se claros os frutos que são colhidos – tanto no seu clima organizacional, como financeiros.
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