COMO PLANEJAR A VOLTA AO TRABALHO PRESENCIAL APÓS A QUARENTENA
- criacao0750
- 13 de dez. de 2022
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Uma das grandes dúvidas no meio corporativo diz respeito à retomada do trabalho presencial, sendo um assunto recorrente entre os líderes. Mais do que isso, as empresas querem saber como se organizar para voltar ao escritório após a quarentena imposta pela pandemia da Covid-19, já que grande parte das organizações têm reportado que os planejamentos para o ano de 2020 ficaram obsoletos e devem ser reajustados.
É interessante notar como esse período trouxe uma reflexão positiva quanto ao home office e essa prática deve continuar sendo estimulada por boa parte das empresas.
No entanto, mesmo que muitas companhias implementem o trabalho de casa em alguns dias da semana, em algum momento deve acontecer o retorno ao escritório. E quando isso ocorrer, será a ocasião ideal para fazer uma reunião de abertura com a divulgação do “novo normal”, pois os profissionais estarão ansiosos por algum tipo de orientação sobre como devem proceder, já que é uma situação nova para todos.
Nesta situação que é nova para todos não existem fórmulas mágicas e, sim, recomendações mais abrangentes que podem ajudar nos primeiros passos rumo à rua, uma vez declarado o fim oficial da quarentena — é sempre importante ressaltar a importância das fontes oficiais. E tudo isso levando em consideração que cada empresa tem uma realidade, cada setor econômico tem uma lógica e, portanto, cada plano tem um perfil. A organização deve buscar dicas, mas adaptá-las ao seu contexto particular.
Como retornar?
Em entrevista ao The New York Times (NYT), Preeti Malani, especialista em doenças infecciosas e chefe de saúde da Universidade de Michigan, afirma que é muito difícil estruturar um plano único de reabertura universal, já que as particularidades de cada setor ou de cada região devem ser levadas em consideração. “Não há modelo, nem manual”, diz.
Não existe um manual pronto, mas na ausência de uma diretriz geral, recomendações de entidades podem ajudar. Mostramos a seguir dicas que resumem as principais orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de associações e empresas como a Fecomercio, a Federação das Indústrias e a consultoria imobiliária Cushman&Wakefield.
Adote o uso de máscaras
Essa medida pode parecer óbvia, mas é consenso que é uma das mais efetivas e ajuda na proteção das pessoas. Por isso, a OMS ressalta que é importante garantir que “máscaras faciais ou lenços estejam disponíveis no ambiente de trabalho, assim como lixeiras fechadas para o descarte desses itens”.
Reforce a higiene pessoal e de ambientes
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o vírus se espalha com mais eficiência de pessoa para pessoa, mas também sobrevive em diferentes superfícies. Por isso, o CDC recomenda a limpeza frequente de objetos em que as pessoas toquem constantemente como mesas, maçanetas, interruptores de luz, bancadas, telefones, teclados, banheiros e torneiras, telas sensíveis ao toque e caixas eletrônicos.
A OMS também afirma que essas medidas de higienização e desinfecção são essenciais a partir de agora. Além disso, a organização ressalta que a empresa deve incentivar os funcionários a lavarem as mãos regularmente, colocar avisos incentivando a higiene pessoal, e manter abastecidos recipientes de higienização das mãos, como álcool em gel.
Por fim, a Fiesp também recomenda a instalação de estações de lavagem das mãos fora do edifício, ou dispenser de álcool em gel, orientando a todos que os utilizem antes de entrar no prédio e que a empresa mantenha os ambientes bem ventilados e faça a limpeza diária do ar-condicionado.
Comunique-se
A OMS diz que a comunicação constante com os funcionários nesse momento é importante e sugere que a empresa mantenha o funcionário em casa, ao menor sinal de febre ou tosse.
É indispensável melhorar a comunicação e diz que entender cada uma das necessidades dos colaboradores é essencial para que qualquer política empresarial dê certo. A Fecomercio sugere um plano de comunicação eficaz para conscientizar os colaboradores em relação aos cuidados e aos protocolos a serem seguidos.
Mantenha o distanciamento social
Por mais que a retomada comece a acontecer, o distanciamento social é muito importante para mitigar o avanço da doença no ambiente da empresa, o que inclui redução de contato físico, e espaços maiores entre os postos de trabalho no escritório ou em lojas.
Segundo Muge Cevik, médico especialista em doenças infecciosas e virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Saint Andrews, na Escócia, quanto mais longa a conversa e maior a proximidade física entre os participantes, maior o risco de o vírus se espalhar se uma pessoa estiver infectada.
A Fiesp segue a mesma linha em suas sugestões: é preciso manter uma distância mínima segura entre as pessoas e, onde não for possível, utilizar barreira física ou protetor mais potente. Além disso, o plano de retomada da federação, recomenta alternar os dias de comparecimento dos funcionários e considerar jornadas de trabalho menores nos primeiros meses.
A consultoria Cushman&Wakefield acrescenta que instalar divisórias de vidro entre estações de trabalho, nas recepções e expedições também é uma boa maneira de manter o distanciamento.
No caso de empresas que consigam investir em novas tecnologias, a sugestão da consultoria inclui sensores para contagem de pessoas, comandos por voz, infraestrutura para processos de trabalho digitais, automação de processos, entre outros.

Avalie o risco
O empresário pode avaliar também o nível de risco com o qual se sente confortável para voltar a operar, considerando circunstâncias como estado pessoal de saúde e estágio em que a doença está em seu estado ou cidade.
A OMS divulgou uma lista de itens que devem ser levados em consideração antes da decisão de retomar as atividades. Entre eles estão: a efetividade no controle da transmissão do vírus no local em questão; um sistema nacional de saúde com capacidade de testar, tratar cada caso e acompanhar o contágio; a adoção de medidas preventivas; a educação e o engajamento da sociedade para aderir às novas normas de convívio social; entre outros.
A Fiesp afirma que ao retornar, as empresas devem respeitar protocolos de combate à Covid-19 e que a cada sete dias é recomendável que a situação seja reavaliada e, a partir disso, as regras podem ser revisadas.
Cuide da saúde
Essas são algumas das medidas práticas que estão sendo adotadas pelo mercado. É fato que mesmo após o retorno da quarentena, o vírus estará circulando e, por isso, serão necessárias novas formas de socializar e trabalhar. Então, o papel de cada um é de extrema importância para manter os ambientes de trabalho de forma mais saudável para todos.
Sem dúvida, esses cuidados contribuirão para os profissionais se sentirem mais seguros ao retornarem de forma física para seus trabalhos. Essa também é uma maneira efetiva de favorecer o equilíbrio emocional e, consequentemente, melhorar o clima organizacional. E, por fim, os efeitos serão refletidos positivamente no mercado de trabalho em si e na economia do país, que tem sido muito afetada nesse cenário atual.
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